País chega a cinco títulos na competição de base. Duda entra para a história como a primeira atleta bicampeã Sub-19
Da redação, no Rio de Janeiro (RJ) – 03.08.2014
Um final de semana inesquecível para o vôlei de praia brasileiro. Primeiro o pódio 100% verde e amarelo no torneio feminino do Grand Slam de Klagenfurt, no último sábado (02.08). Na sequência, ouro de Alison e Bruno Schmidt na mesma competição, neste domingo (03.08). E para completar o dia de vitórias, horas mais tarde foi a vez das categorias de base do país mostrarem sua força em solo europeu com dois títulos.
Duda e Andressa venceram as alemãs Schneider e Arnholdt por 2 sets a 1 (14/21, 21/13, 17/19) na final feminina do Mundial Sub-19, enquanto Arthur Lanci e George Souto derrotaram os ucranianos Kovalov/Plotnytskiy por 2 sets a 1 (18/21, 23/21, 11/15) na decisão masculina. Os jogos foram disputados na cidade do Porto, em Portugal.
Com isso, o Brasil soma agora cinco títulos no Mundial Sub-19: três no feminino e dois no masculino. De quebra, Duda crava seu nome na história dos mundiais de base. Ela é a primeira bicampeã do torneio Sub-19. O triunfo neste domingo, após 44 minutos, também veio como presente para a sergipana, que completou 16 anos na última sexta-feira.
“Finalmente. Eu joguei o Sub-23 e o Sub-21 nesta temporada e só consegui um 9º lugar. Então é ótimo vencer o ouro no meu ano, na minha faixa de idade. Estou muito feliz de ser campeã pela segunda vez”, disse Duda após o bicampeonato.
Duda já tinha entrado para a história do vôlei de praia ao se tornar a primeira jogadora a disputar os três Mundiais de base em um mesmo ano. Em 2013, ela se tornou vice-campeã mundial sub-23 na Polônia, em parceria com Thaís. Em seguida, jogou o Mundial Sub-21 na Croácia, já ao lado de Tainá, mas caiu nas oitavas. Em Portugal, no ano passado, ela fechou o ano com o primeiro título do Sub-19, também ao lado de Tainá.
Andressa, que conquistou o primeiro título internacional da carreira, analisou as dificuldades do segundo set contra o time alemão e a recuperação no tie-break.
“É minha primeira medalha num torneio mundial. E por ser de ouro, me deixa ainda mais feliz. As alemãs mudaram a tática no jogo. Elas estavam muito rápidas e aceleraram a partida tanto que não estava conseguindo bloquear tão bem quanto gostaria. Mas no tie-break nos adaptamos, a Duda brilhou na defesa e finalmente conseguimos a vitória”, disse Andressa.
A campanha de Duda e Andressa em Portugal contou com nove vitórias em nove jogos e apenas dois sets perdidos durante toda a competição. Já Arthur Lanci e George Souto também tiveram nove vitórias, mas perderam um set a mais que as meninas.
George Souto comemorou a dobradinha brasileira no lugar mais alto do pódio e elogiou a preparação do país para o torneio em Portugal.
“Foi meu primeiro torneio da FIVB (Federação Internacional de Voleibol) e conquistar o título logo na primeira tentativa é espetacular. Ainda mais com o título da Duda e da Andressa, parece um sonho. Trabalhamos duro para que esse momento pudesse ocorrer. A final foi complicada, os ucranianos fizeram um jogo muito bom, mas tivemos tranquilidade no tie-break”, comemorou o paraibano.
Com a conquista, Duda/Andressa e Arthur/George igualam os feitos de Ian Borges/Pedro Solberg, em 2002, de Carol/Bárbara Seixas, em 2005, e da própria Duda, ao lado de Tainá, em 2013. De quebra, o Brasil também empata com a Alemanha no número de conquistas no torneio feminino: três títulos para cada país.
“Elas foram guerreiras até na adversidade. Esse título veio com uma vitória com V maiúsculo. A campanha foi muito boa, levando em conta o nível da competição. Estiveram em duas situações muito difíceis nas oitavas e hoje, na final, mas tiveram o equilíbrio para sair delas. É a coroação de um trabalho que começou lá atrás”, disse o técnico da dupla feminina, Júlio Kunz.
Duda e Andressa começaram o domingo com vitória sobre as tchecas Adamcikova/Valkova na semifinal: 2 sets a 0 (21/14, 21/12), em 29 minutos. A final foi o segundo jogo mais longo das brasileiras na competição. A vitória por 2 sets a 1 (14/21, 21/13, 17/19) sobre as alemãs Schneider e Arnholdt veio em 44 minutos de jogo. Na disputa do bronze, as gêmeas canadenses Nicole e Megan McNamara derrotaram as tchecas por 2 sets a 0 (21/16, 21/12), em 29 minutos, e completaram o pódio.
Arthur Lanci e George Souto passaram pelos venezuelanos Tigrito e Peter na semifinal, ao vencerem por 2 sets a 0 (21/18, 21/18), em 37 minutos. Na grande decisão, vitória por 2 sets a 1 (18/21, 23/21, 11/15) sobre os ucranianos Kovalov e Plotnytskiy, em 49 minutos. Na disputa do bronze, os venezuelanos derrotados pelo time brasileiro venceram os holandeses Bouter e Van Steenis por 2 sets a 0 (21/18, 21/19), em 34 minutos.
A próxima parada das seleções brasileiras de base é na disputa dos Jogos Olímpicos da Juventude, de 17 a 27.08, em Nanjing, na China. O Brasil será representado por Duda/Ana Patrícia e Arthur Lanci/George Souto na competição.
TODOS OS CAMPEÕES MUNDIAIS SUB-18/19:
Feminino
2002* – Grécia – Keizer/Stevens (HOL)
2003* – Tailândia – Kohler/Ludwig (ALE)
2004* – Itália – Urban/Wiatr (POL)
2005 – França – Carol/Bárbara Seixas (BRA)
2006 – Bermuda – Palmer/Rohkamper (AUS)
2007 – Polônia – Remmers/Stiekema (HOL)
2008 – Holanda – Laboureur/Springer (ALE)
2009 – Alania – Aulenbrock/Bieneck (ALE)
2010 – Porto – Croson/Ross (EUA)
2011 – Croácia – Baran/Kociolek (POL)
2012 – Chipre – Dumbauskaite/Povilaityte (LIT)
2013 – Porto – Duda/Tainá (BRA)
2014 – Porto – Duda/Andressa (BRA)
Masculino
2002* – Grécia – Ian Borges/Pedro Solberg (BRA)
2003* – Tailândia – Fuchs/Kaczmarek (ALE)
2004* – Itália – Kirsnys/Miseikis (LIT)
2005 – França – Umaut/Zemljak (ESL)
2006 – Bermuda – Erdmann/Klass (ALE)
2007 – Polônia – Kadziola/Szalankiewicz (POL)
2008 – Holanda – Kollo/Venno (EST)
2009 – Alania – Popov/Samoday (UCR)
2010 – Porto – Kantor/Losiak (POL)
2011 – Croácia – Kaczmarek/Kosiak (POL)
2012 – Chipre – Bryl/Kujawiak (POL)
2013 – Porto – Reichert/Wickler (ALE)
2014 – Porto – Arthur Lanci/George Souto (BRA)
* Ainda Mundial Sub-18
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