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Maior reta do Brasileiro de Motovelocidade e exigentes trechos sinuosos recepcionam pilotos para quinta etapa da temporada de 2014
Foto: Equipe Sanderson

O GP Goiânia, quinta etapa do Moto 1000 GP, vai apresentar um desafio inédito à maioria dos pilotos do Campeonato Brasileiro de Motovelocidade: o traçado de 3.835 metros do Autódromo Internacional Ayrton Senna, integrado pela reta mais extensa de todo o esporte automotor brasileiro, com 980 metros. Pilotos e equipes acreditam que, durante treinos e corridas, a velocidade final da GP 1000, principal categoria do evento, supere os 300 km/h.

A maioria dos pilotos teve nos testes extraoficiais da quarta-feira (17) o primeiro contato com o circuito goiano – o oitavo a receber uma etapa do Moto 1000 GP em três temporadas e meia de história. “É um traçado divertido e que tem áreas de escape muito boas. É uma pista onde não dá para buscar um traçado alternativo. Há um caminho certo, e só um”, observa Luciano Ribodino, argentino inscrito com a BMW S1000RR da Aclat Racing.

Também argentino, Diego Pierluigi, inscrito com a Kawasaki ZX10-R da JC Racing Team, observa que a pista de Goiânia “exige mais técnica e menos coragem”. “É diferente de Cascavel, por exemplo, onde o que vale é a coragem para acelerar ao máximo. Os pontos fundamentais são os dois ‘Esses’. Evitar passar pelas zebras à beira da pista é fundamental, elas são próprias para o automobilismo, mas não para a motovelocidade”, afirma.

Nasser Al Malki, piloto do Qatar que compete com a Kawasaki da MR Lekhwiya Racing Team, aponta a ocorrência de ondulações na pista. “É o que dificulta um pouco pilotar pelo traçado ideal. Além disso, a reta dos boxes tem um quilômetro, isso é mais que um quarto de toda a pista. Andamos sempre no limite e até um pouco acima dele”, comenta o representante do Oriente Médio, confiante na chance de ir ao pódio pela primeira vez.

Nick Iatauro, paulista que defende o Team Suzuki-PRT, manifestou uma boa impressão do autódromo de Goiânia. “Foi a primeira vez que estive numa pista e me senti em um videogame. Há boas áreas de escape, tudo pintadinho, bem bonito, e o traçado é sensacional, o melhor que conheci até agora, bem plano. Você vê que é um motódromo, mesmo, a pilotagem fica mais agradável e tudo que traz uma sensação boa acaba ajudando”, pondera.

As altas temperaturas do Centro-Oeste brasileiro estão entre os desafios que as equipes vão enfrentar durante o fim de semana – para o domingo, dia das corridas, a máxima prevista é de 34 graus. “Os motores, numa faixa ideal, trabalham a 90 graus. Aqui chegam a 95, até 99”, informa o paranaense Diego Faustino, companheiro de equipe de Iatauro. “No calor as motos têm um pouco menos de potência, mas deveremos passar dos 300 km/h”.

O CAMPEONATO
O Moto 1000 GP chega a Goiânia com quatro vencedores em quatro etapas realizadas. Em Santa Cruz do Sul a vitória foi do francês Matthieu Lussiana, da Petronas Alex Barros Racing. As etapas seguintes, em Interlagos e Brasília, tiveram vitórias de pilotos da JC Racing Team – o norte-americano Danny Eslick e o argentino Diego Pierluigi, respectivamente. O paranaense Wesley Gutierrez, da Motonil Motors-PDV Brasil, ganhou em Cascavel.

Lussiana lidera a GP 1000 com 68 pontos, quatro à frente de Gutierrez. O terceiro é o português Miguel Praia, piloto da Honda CBR1000 SP da Center Moto Racing Team, com 55 – ele não disputa o GP Goiânia, pois vai se casar no sábado (20) em Portugal. Luciano Ribodino, argentino que faz sua primeira participação pela Aclat Racing, é o quarto na tabela, com 43. A quinta posição é do paulista Danilo Lewis, da Motonil Motors-PDV Brasil, com 39.

MOTO 1000 GP – CATEGORIA GP 1000
(Classificação após 4 de 8 etapas)
1º) Matthieu Lussiana (FRA/BMW), Petronas Alex Barros Racing, 68
2º) Wesley Gutierrez (PR/Kawasaki), Motonil Motors-PDV Brasil, 64
3º) Miguel Praia (POR/Honda), Center Moto Racing Team, 55
4º) Luciano Ribodino (ARG/Suzuki), Team Suzuki-PRT, 43
5º) Danilo Lewis (SP/Kawasaki), Motonil Motors-PDV Brasil-RC3, 39
6º) Renato Andreghetto (SP/Suzuki), Team Suzuki PRT, 30
7º) Diego Faustino (PR/Suzuki), Team Suzuki-PRT, 28
8º) Diego Pierluigi (ARG/Kawasaki), JC Racing Team, 27
9º) Nico Ferreira (PR/Kawasaki), HPN Racing, 26
9º) Danny Eslick (EUA/Kawasaki), JC Racing Team, 26
11º) Alan Douglas (PR/Suzuki), Team Suzuki-PRT, 18
11º) Lucas Barros (SP/BMW), Petronas Alex Barros Racing, 18
13º) Nasser Al Malki (QAT/Kawasaki), MR Lekhwiya Racing Team, 15
14º) Luís Fittipaldi (DF/Kawasaki), JC Racing Team, 14
15º) Marcos Salles (PR/Honda), Competizione Racing Team, 13
15º) Sebastiano Zerbo (ITA/Ducati), Squadra Ducati Ribeirão, 13
17º) Sergio Fasci (ARG/Yamaha), MGBikes Yamaha Racing, 12
18º) Nick Iatauro (SP/Suzuki), Team Suzuki-PRT, 10
19º) Diego Pretel (SP/Ducati), Squadra Ducati Ribeirão, 8
20º) Danilo Andric (SP/BMW), M2B Racing, 7
21º) Philippe Thiriet (MG/Kawasaki), Motonil Motors-PDV Brasil, 6
22º) Daniel Lenzi (PR/BMW), Grinjets, 4
23º) Alecsandre De Grandi (SP/Honda), Team De Grandi, 3
24º) Alex Barros (SP/BMW), BMW Motorrad Alex Barros Racing, 2
25º) Ricieri Luvizotto (SP/MR Lekhwiya Racing Team), 1

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